ATA DA QUADRAGÉSIMA SEGUNDA
SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA,
EM 14-5-2012.
Aos quatorze dias do mês
de maio do ano de dois mil e doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Engenheiro
Comassetto, Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, José
Freitas, Kevin Krieger, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Pedro
Ruas, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o
senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os vereadores Beto Moesch, DJ
Cassiá, Dr. Goulart, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de
Souza, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario
Manfro, Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Professor Garcia, Sofia Cavedon,
Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 076/12 (Processo nº 0942/12), de autoria do vereador
Airto Ferronato. Também, foram apregoados o Memorando nº 007/12, de autoria do
vereador Airto Ferronato, e Requerimento s/nº, de autoria do vereador Sebastião
Melo, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo, hoje, no Seminário que tratará da
Renegociação da Dívida dos Estados com a União, às quatorze horas, no Plenário
20 de Setembro do Palácio Farroupilha, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constou
o Ofício nº 1543/12, do senhor Cristiano Viégas Centeno, Coordenador de Filial
– GIDUR/PO – Caixa Econômica Federal. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas
as Atas da Vigésima Sétima, Vigésima Oitava e Vigésima Nona Sessões Ordinárias,
da Sétima Sessão Extraordinária e da Quarta, Quinta, Sexta e Sétima Sessões
Solenes. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se a vereadora Fernanda Melchionna
e o vereador Idenir Cecchim, este em tempo cedido pelo vereador Haroldo de
Souza. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Idenir Cecchim,
Paulinho Rubem Berta, Elias Vidal, Nelcir Tessaro, João Antonio Dib, Engenheiro
Comassetto, Alceu Brasinha, Engenheiro Comassetto, Luiz Braz e Dr. Thiago
Duarte. Às quinze horas e quarenta e cinco minutos, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o
Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/12 (Processo nº 0676/12). Em Discussão
Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Resolução nº 051/11 (Processo nº
3986/11). Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Resolução nº 051/11.
Foi aprovado o Projeto de Resolução nº 051/11. Em Votação, foi aprovado o Requerimento
nº 045/12 (Processo nº 1162/12). Às quinze horas e quarenta e oito minutos, o senhor
Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se
a vereadora Sofia Cavedon, em tempo cedido pelo vereador Adeli Sell, e os
vereadores DJ Cassiá, em tempo cedido pelo vereador Alceu Brasinha, José
Freitas, Bernardino Vendruscolo e Beto Moesch. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 070/12, discutido
pela vereadora Maria Celeste; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 010/12, discutido pelo vereador Carlos Todeschini e pela
vereadora Maria Celeste, os Projetos de Lei do Legislativo nos
060/12, discutido pela vereadora Sofia Cavedon e pelo vereador Carlos
Todeschini, 063, 068 e 071/12, estes três discutidos pela vereadora Maria
Celeste. Às
dezesseis horas e trinta e um minutos, constatada a inexistência de quórum, o senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores
para a Sessão Ordinária da
próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
vereadores Mauro Zacher, Haroldo de Souza e Mauro Pinheiro e secretariados pelo
vereador Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Passamos, de imediato, ao
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra em
Grande Expediente.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Vereadores, Vereadoras, venho à
tribuna, no período de Grande Expediente, falar da mobilização organizada, Ver.
Pedro Ruas, pelo Comitê de Justiça Carlos de Ré – o nosso Comitê, daqui do Rio
Grande do Sul, que luta por essa questão da verdade, pela memória dos crimes
cometidos durante o período da ditadura militar no Brasil, mas, sobretudo, a
luta pela justiça. Esse Comitê tem como um dos seus coordenadores o Ver. Pedro
Ruas, que iniciou esse movimento aqui no Rio Grande do Sul, junto com uma série
de entidades e personalidades da sociedade, para transformar em mobilização e
em luta o Comitê Regional, como parte de uma luta nacional dos movimentos do
grupo Tortura Nunca Mais, dos movimentos de direitos humanos, dos movimentos de
Partidos, como o PSOL, que estão nacionalmente lutando pela verdade e pela
justiça e outros grupos políticos que compõem o Comitê, que é amplo.
Na quinta-feira, dia 10 de maio, foi realizada a
identificação do Dopinha, que fica na Rua Santo Antônio, nº 600. Nesse endereço
funcionou, Ver. João Antonio Dib, o primeiro local de tortura
institucionalizada durante o regime militar. E fica aqui, no Rio Grande do Sul,
em Porto Alegre, no nº 600 da Rua Santo Antônio, no bairro Bom Fim, local
inclusive em que foi assassinado o Sargento Manoel Raymundo, que ganhou, em
2010, do Movimento de Justiça e Direitos Humanos e da própria Prefeitura de
Porto Alegre, um monumento – esse sargento foi um dos lutadores pela democracia
e combatente da ditadura militar e foi assassinado naqueles porões. Esse local,
que nunca havia sido identificado publicamente, como ocorreu na manifestação do
dia 10 de maio, foi um local de muitos horrores, de muita violência, muita
tortura, de muitos desaparecimentos forçados no Estado do Rio Grande do Sul,
foi pela primeira vez identificado publicamente a partir dessa manifestação do
Comitê Carlos de Ré. Essa manifestação é parte de uma luta nacional que tem a
ver com a busca, primeiro, pelo cumprimento da decisão da Corte Interamericana
de Direitos Humanos, à qual vou me reportar um pouco adiante.
Primeiro, eu gostaria de dizer que foi um ato muito
representativo no qual estava presente, além do nosso coordenador, Ver. Pedro
Ruas, o Ver. Carlos Todeschini; nessa mobilização estavam também presentes o
movimento Juntos!, o Movimento de Juventude, o Movimento Levante, o
ex-Governador Olívio Dutra, Roberto Robaina, a Juventude do PT, a Juventude e
Revolução, e várias agremiações.
O
Sr. Carlos Todeschini: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Cumprimento-a pela manifestação, Ver.ª Fernanda, pelo tema escolhido;
é um tema triste, mas ele não pode ser apagado da memória de ninguém. Inclusive
lá contamos com a presença das personalidades já referenciadas de pessoas que
foram torturadas pelo regime, como o artista Raul Ellwanger, como Ubiratan de Souza, como Antônio
Losada, como muitas pessoas que foram encarceradas, que foram torturadas, que
foram perseguidas pelo regime, e a memória tem que ser trazida ao tempo
presente para que isso nunca mais aconteça em nenhum lugar do mundo, muito
menos no Brasil, e muito menos em nossa Cidade.
Parabéns, e força pela luta
democrática!
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Ver. Carlos Todeschini.
O Sr. Pedro
Ruas: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Na mesma linha do
Ver. Todeschini, eu quero elogiar o pronunciamento de V. Exa., ainda mais,
Ver.ª Fernanda Melchionna, que V. Exa. tem exatamente uma participação intensa
nessa geração que, hoje, jovens, como a ilustre Vereadora, lutam para resgatar
essa verdade, para construir essa memória num ato generoso e importante e
extremamente comprometido com a nossa história. Por outro lado, quero
aproveitar e informar que nós estamos trabalhando para identificar mais dois
locais publicamente: um, seria a primeira sede do DOI-CODI, inaugurada, Ver.
Todeschini, em 1974, na Rua Luiz Afonso, entre a Av. João Pessoa e a Rua Lima e
Silva; o outro, seria a própria sede do DOPS, Ver.ª Fernanda, que fica
exatamente onde hoje é o Palácio da Polícia, na esquina da Avenida Ipiranga com
a Avenida João Pessoa. Então, este registro é importante. Claro que teremos que
fazer estudos, pesquisas, depoimentos, mas estamos nesse caminho. Eu quero
aproveitar e registrar como foi importante a contribuição de V. Exa.,
principalmente no Projeto que agora temos, numa iniciativa da Ver.ª Maria
Celeste, que eu assino junto com V. Exa., para transformar aquela casa num
museu. Seria o primeiro museu, Ver. Todeschini, da memória, da verdade e dos
direitos humanos do Brasil.
Parabéns, Ver.ª Fernanda!
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Ver. Pedro Ruas. O Ver. Pedro Ruas tem
toda a razão quando fala dessa necessidade de transformar em museu e, portanto,
em história oficial, com registros, com homenagens àqueles que tombaram, que
resistiram, que foram violados em todos os seus direitos humanos. Transformar
esses espaços de tortura e de violência em museus, para que as próximas
gerações conheçam a sua própria história e garantam que ela nunca mais se
repita. Eu tive a oportunidade – e falava com o Ver. Pedro Ruas a partir do
Projeto da Ver.ª Maria Celeste, do Ver. Pedro Ruas, do qual também sou
signatária – de visitar o Museu del Recuerdo, no Chile. É um museu absolutamente necessário. Triste, não tenho
dúvida, porque conta toda a história da eleição de Allende, do golpe de
Pinochet, a versão oficial para os milhares de desaparecidos e o que de fato
aconteceu, onde foram jogadas as suas ossadas, onde pararam os corpos de
dezenas de milhares de chilenos, mas que certamente é parte da luta por uma
justiça de transição e para que esse passado nefasto jamais se repita.
Neste sentido, a mobilização foi muito importante,
assim com a subsequência apresentada pelo nosso coordenador, Ver. Pedro Ruas,
que tem coordenado o Comitê, que conta com a presença também da ONG Acesso, que
é uma importante instituição nessa luta de pessoas que viveram esse período,
como muito bem lembrou o Ver. Carlos Todeschini – o Raul Ellwanger, o Ubiratan,
o Losada e tantos outros –, que vêm contar, com o seu relato, as brutalidades
que viveram, mas que vêm, sobretudo, somar-se a essa luta, para que essa página
da história seja resgatada; e vários outros que foram presos, que também
participaram do Comitê, como o próprio Olívio Dutra, que participaram da
manifestação no dia 10. Esse Comitê é muito plural, e é necessário que haja
pluralidade nessa luta, ainda que nós tenhamos as nossas diferenças. Eu não
consigo conceber que o Brasil, em pleno 2012, seja o país mais atrasado em
justiça de transição entre todos os países da América Latina.
O Chile condenou o seu ex-Ditador Pinochet, que já
é falecido; infelizmente, não cumpriu a pena na prisão, como deveria ter sido
feito, mas houve condenação, não só a ele, como a outros articuladores do golpe
chileno. Na Argentina, já são mais de 300 processos, 40 julgamentos que não têm
mais como recorrer, inclusive a condenação do General Videla, que – todos
conhecem – foi um sanguinário ditador do processo argentino. No Uruguai, da
mesma maneira, vários estão sendo punidos pela ditadura uruguaia e vários corpos
estão sendo encontrados para que as famílias tenham o direito, 20 anos
passados, de enterrar os seus familiares. Coisa que não aconteceu no Brasil,
porque a justiça de transição é lenta e gradual, garantindo que aqueles
detentores do poder político, da elite econômica, que continuam no poder até
hoje – vide José Sarney – fizessem um pacto, incorporando na Lei da Anistia, os
crimes cometidos pela ditadura, autoanistiando-se. Ou seja, os torturadores, os
violadores de direitos, os assassinos, os que deram um golpe no Brasil
autoanistiaram-se dos crimes que cometeram, entre aspas, com todo o poder do
Estado, o aparato do Estado, financiado por uma elite econômica e por grandes
meios de comunicação. Eles, ao se autoanistiarem, garantiram que não fossem punidos,
entre aspas, porque o Brasil é signatário da convenção da Corte Interamericana
de Direitos Humanos, que coloca que os crimes contra a humanidade são
imprescritíveis e, portanto, devem ser punidos; coloca que a Lei da Anistia não
pode autoanistiar aqueles que cometeram as barbaridades, coisa que aconteceu no
Brasil; coloca, na sua última decisão de 2010, que o Brasil tem obrigação de
cumprir a sentença por ter descumprido as convenções da Corte Interamericana de
Direitos Humanos, no que diz respeito à justiça de transição, no que diz
respeito ao acesso dos familiares aos corpos das vítimas, no que diz respeito
às medidas e reformas necessárias no Estado. É verdade que essa decisão – como
o Brasil é signatário – é supraconstitucional. Também é verdade que, nesse
caso, o Ministério Público Federal tem um poder fundamental para exigir que o
Governo cumpra a decisão da Corte Interamericana. Infelizmente, no caso da
Guerrilha do Araguaia e dos pedidos que foram feitos pelos familiares das
vítimas, o Brasil recorreu das decisões; o Brasil, sob o Governo do Lula,
tentou de tudo para que não fossem cumpridas essas decisões internacionais.
Nós precisamos que haja mobilização, e não só no
sentido do cumprimento dessa decisão – existe um movimento nacional, articulado
por várias instituições, que exige o “cumpra-se” do Brasil, que exige que seja
cumprida essa decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos –, nós
precisamos, além disso, nos mobilizar para fazer com que essa Comissão da
Verdade... Como bem disse Suzana Lisbôa, viúva do Luiz Eurico, um dos que
tombaram, viúva de um dos desaparecidos do período militar, uma lutadora
admirada por todos nós por sua luta permanente pelo direito à verdade e à
justiça, como ela bem disse, que essa Comissão da Verdade não seja de mentira.
Porque uma Comissão da Verdade que já nasce na lei dizendo que não haverá
punição, que já nasce na lei não obrigando que os convocados sejam
peremptoriamente obrigados a aparecer diante da Comissão da Verdade pode ser
uma Comissão da Verdade que não avance na luta por justiça.
Nós sabemos que o fundamental na luta pela punição
dos torturadores e dos agentes do Golpe de 64 é a correlação de forças e a
mobilização social. Nós sabemos que o determinante, em vários países em que
começou a haver uma justiça de transição, foram justamente as mobilizações
massivas de setores do povo exigindo a punição daqueles que usaram o aparato do
Estado para reprimir, violar, fazer desaparecimento forçado, assassinato,
tortura, etc., daqueles que lutavam pela democracia. Por isso, é fundamental
fortalecer uma mobilização a mais ampla possível no Brasil, com a maior unidade
de ação com os Partidos, com as organizações que querem lutar por memória e
justiça. Nós, do PSOL, seguiremos lutando para que isso seja parte de uma
justiça de transição e que, enfim, comecem a punir os grandes torturadores e
ditadores dessa história. Nós não nos contentamos com que, passados 10 anos do
Governo do PT, não se tenha avançado sequer nas questões democráticas que dizem
respeito ao direito de o povo brasileiro saber a sua história, e mais: de o
povo brasileiro garantir que essa história não seja repetida. Porque,
justamente, da impunidade dos crimes da ditadura também nasce a impunidade dos
crimes contra o povo pobre, contra os moradores de áreas irregulares, contra o
povo que vive nas periferias do Brasil, que recebe muitas vezes a Polícia sem
mandado judicial, com violência, com abuso de autoridade, por conta de uma
história que não foi ainda verdadeira, oficialmente contada ao nosso povo, que
ainda não teve um exemplo de justiça nacionalmente consagrado, punindo centenas
de milhares que financiaram o Golpe de 64 no Brasil. Pela memória...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver.
Haroldo de Souza.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, por uma
gentileza do Ver. Haroldo de Souza, que me cedeu seu tempo de Grande Expediente
– permutamos, na realidade –, eu queria dizer à Ver.ª Fernanda que eu concordo
com a Comissão da Verdade. Eu acho que deve haver verdade em qualquer setor e
também não devemos apagar a memória. A memória, seja qual for, se ela serve
para um lado, ela deve servir para o outro.
Eu acho que, nos
últimos tempos, nós estamos assistindo, no Governo Federal, principalmente na
Bancada do PT, a uma tentativa de esconder uma verdade e de apagar o rastro,
constrangendo, por exemplo, o Procurador-Geral da República, numa afronta à
sociedade brasileira. O Procurador-Geral da República deve representar os
brasileiros como um todo, e o Procurador anterior – não foi este, foi o
anterior, que o próprio Lula havia nomeado – disse que era uma quadrilha
comandada pelo José Dirceu. Aí, mudaram o Procurador, e o Dr. Gurgel está
levando adiante esse julgamento daqueles que roubaram muito deste
País, os chamados picaretas pelo próprio Presidente Lula, com uma subdivisão
dos chamados “mensaleiros”, os que comandaram o “mensalão” no País – que,
aliás, começou com a denúncia do próprio Cachoeira. Na época, era um riozinho
pequeno e uma pequena cachoeirinha – não a nossa Cachoeirinha aqui, que tem
gente trabalhadora –, mas essa cachoeirinha daquela época era uma cachoeirinha
de sacanagem, Ver. Kevin Krieger, e essa mesma turma achou que, com o passar do
tempo, os brasileiros iriam se esquecendo. E, quando a gente fala da Bancada do
PT, faz uma injustiça, Ver. Todeschini, porque tem Bancadas... da minha, também
tem gente, esses malfeitores estão em todas as Bancadas. E agora se viu também,
nessa história do Cachoeira aqui, que pegou outras Bancadas que, na época, não
estavam envolvidas. E, quando eu digo que tem de ter a verdade por todos os lados,
tem de ser todos os lados. Se o Zé Dirceu é o maior? É o maior; agora, vamos
pegar todos. Ladrão não tem por tamanho de quantos milhões roubou, ladrão é
ladrão, não tem hierarquia, o maior ou o menor. Depois, cada um que devolva
aquilo que não é dele; nós temos é que cobrar.
Porque, até agora, eu
estava lendo aqui, numa revista de que o Ver. Todeschini não gosta muito, a
revista Veja, que, dos 900 e tantos indiciados nas últimas dez, vinte ou trinta
CPIs que surgiram, sabem o que aconteceu para cada um desses 960? Nada. Nada!
Nas CPIs da época do Fernando Henrique, nas CPIs na época do Lula e,
provavelmente, nesta própria CPI não acontece nada! E nós precisamos, Ver.
Todeschini, procurar onde está esse dinheiro escondido.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pela concessão do aparte,
Ver. Cecchim. Eu só lhe peço para relativizar um pouco as informações da
revista Veja, que elas não merecem crédito.
O SR. IDENIR CECCHIM: V. Exa. mesmo fez
essa observação; então, não vou discutir. Eu a leio. Eu leio a revista Veja e a
revista Carta Capital também; o Governo de V. Exa., o nosso Governo lá, com a
Presidente Dilma e o nosso Vice Temer, tem um domínio maior na Carta Capital.
Então, parece que se trata de dois países: uma fala a favor do Governo – e
dessa o senhor gosta –, e a outra, que é a Veja, de que o senhor não gosta. Eu
leio as duas.
Mas esse pessoal não fala mentira, não! Porque eu
lembro que, na época em que o Cachoeira fez uma incursão aqui no Rio Grande do
Sul, ele adquiriu os direitos e foi explorar a loteria do Rio Grande do Sul. É
uma coincidência, pois, na época, era Governador Olívio Dutra, e Tarso era
apenas seu Vice – eram do mesmo Governo –, e já naquela época havia um nome
grego, que era o Diógenes, e agora aparecem os outros gregos, com o Cachoeira.
Então, o Cachoeira está por aqui há tempos. Só que ele era de um riozinho
pequeno, a cachoeirinha dele era fraca, pequeninha; agora, está maior que a do
Iguaçu, a cachoeira aumentou, ficou caudalosa. A cachoeira agora está em todos
os Estados, mas ela começou como uma sanga no Rio Grande do Sul. Aqui começou
pequeninha.
Aí veio o Governador Rigotto e cancelou essa
concessão da loteria, e o Cachoeira está processando o Estado do Rio Grande do
Sul, porque perdeu dinheiro. Imaginem só! O Cachoeira quer reaver o dinheiro
que ele não ganhou aqui também! Mas ele está em muitos Estados. Esse Cachoeira
ou é muito esperto ou é muito trabalhador, a favor sempre dos mesmos. Sempre
dos mesmos!
Agora, quando o Procurador-Geral está processando,
e o Supremo vai julgar o “mensalão”, o que esse pessoal do “mensalão” fez, Ver.
Mauro Pinheiro – V. Exa., que está preocupado com CPI também? O que esse
pessoal do “mensalão” fez? Constrangeu o Procurador-Geral para que vá depor.
Isso é um absurdo! A tal ponto de os Ministros do Supremo virem na defesa do
Procurador-Geral, dizendo que ele está certo. Não é o momento de ele depor,
porque ele precisa enquadrar essa turminha do Cachoeira, mas precisa levar
adiante o julgamento do “mensalão” também. Então, não é prudente que venha
agora o Procurador-Geral dar um depoimento e mostrar as cartas para aqueles que
querem embananar todo esse julgamento.
Como é difícil ser sério! Esta Câmara de Vereadores
é composta por pessoas sérias. Eu digo para todo mundo que fala mal de
políticos: dê uma passadinha na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Nós
podemos até ser incompetentes, muitas vezes; podemos deixar de fazer outras
coisas, algumas vezes, mas somos Vereadores sérios, que não deixam passar nem
um riozinho por perto, muito menos formar cachoeira. É difícil ter uma
cachoeirinha na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Eu gosto muito da nossa
Cachoeirinha, digamos assim, trabalhadora.
Está muito difícil de se fazer um Grande Expediente
para elogiar, mas está acontecendo, em Porto Alegre, um movimento fantástico
para as eleições para a Prefeitura da Capital. Olha, há muito tempo eu não via
os nossos Partidos se movimentarem tanto, conversarem tanto, construírem
alianças, construírem programas de Governo. Eu acho que isso nós temos que
exaltar, independentemente do resultado logo aí na frente, independentemente de
quem vai ganhar a eleição. Não vai ser por falta de conversa que não vão sair
grandes chapas para concorrer, Ver. Kevin Krieger. Há muita gente que nem devia
estar metendo o bedelho aqui, mas está. Por quê? Porque Porto Alegre é
importante. Eu escuto: ”Bancada dos Deputados apoiou fulano ou sicrano”. Mas
eles não são de Porto Alegre! No meu Partido nós também tivemos essas sugestões
feitas pelos Deputados, mas o diretório do PMDB de Porto Alegre disse: ”Não,
aqui vai votar e vai decidir quem é de Porto Alegre”. E eu tenho certeza de que
nos outros Partidos também vai acontecer a mesma coisa, Ver. Brasinha.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Idenir
Cecchim, realmente nos espanta ver esse movimento todo. Eu sempre digo que quem
postula esse cargo deve fazer um estágio com o Prefeito Fortunati, porque ele é
um Prefeito que, realmente, trabalha muito.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Obrigado, Ver. Brasinha. Aqui mesmo eu já escutei o nome do Ver. Airto
Ferronato, que já foi lançado como Vice também da chapa; o nome do Ver. Nelcir
Tessaro, que é meu compadre, competente. Eu, particularmente, torço pelo
sucesso do Ver. Nelcir Tessaro, para ele ser o candidato à Vice da chapa que
ele apoia. Tenho certeza de que ele seria um bom Vice, pena que não está do meu
lado. Mas é meu compadre e é um bom Vereador. Agora...
(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: É verdade, vocês sabem que o Ver. Airto Ferronato... Vou contar aqui,
Ver. Dib, aproveitar este tempo, que não é sempre que temos, do Grande
Expediente. O Ver. Ferronato, o Ver. Tessaro, e este humilde Vereador aqui foram colegas da mesma turma, da mesma sala, da mesma faculdade,
inclusive nos formamos no mesmo ano. E foi uma boa safra de Vereadores que deu
aquela Faculdade São Judas Tadeu.
O Ver. João Bosco
aqui consegue até encurtar a minha fala para que eu possa dizer que estamos com
os assuntos mais ou menos em dia, Ver. Paulinho Rubem Berta, V. Exa. que luta
tanto por seu povo. Há também tem uma enxurrada de candidatos que vão tentar
buscar votos. Que bom isso, Vereador, todo mundo tentando pegar voto uns dos
outros, cada um tentando mostrar um projeto melhor. O importante é que se faça
alguma coisa por esta população.
O Sr. Paulinho Rubem Berta: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero agradecer a V. Exa. pelo
aparte e dizer que concordo plenamente com o senhor, e quero dizer mais: eu que
conheço principalmente a periferia, como todos os candidatos que vão concorrer
conhecem, quero dizer o seguinte: a sorte que vejo é que o povo de Porto Alegre
está ficando cada vez mais esperto, compreendendo o momento. Tomara que tenha
passado a era galeto: por uma coisa ou outra, o voto ia para cá e para lá, e
que aqueles que realmente trabalham pelas comunidades sejam valorizados pelas
comunidades.
O senhor vê, eu
trabalho há trinta anos, fui candidato três vezes, consegui me reeleger na
terceira. O povo deixou para escolher lá adiante, fez a sua escolha. Hoje quero
lhe dizer que uma coisa que tem que prevalecer na nossa política, seja comigo,
eleito ou não, com quem quer que seja, é a ética; a falta de ética na política
tem que ser corrigida, Vereador, seja de quem for: verde, amarelo ou branco,
mas tem que ser corrigida. Não pode prevalecer só o poder econômico; quando
isso acontece, é o desgaste do povo e perda para o povo. Obrigado.
O SR. IDENIR CECCHIM: Acho que V. Exa. tem
razão, e o povo lhe fez justiça lá no Rubem Berta, colocando-o como Vereador
para que V. Exa. possa mostrar o trabalho que faz. Realmente, o povo escolhe
quem trabalha.
O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Cecchim. Tu falaste
em democracia. Que palavra bonita quando é exercida mesmo, trazendo direitos
para todos. Eu acho que temos que viver em democracia. Está havendo um pequeno
problema, pois, em alguns bairros, está tendo porteira. Eu acho que a
democracia é para que todos os Vereadores possam pedir votos em qualquer
bairro; agora, quem vai julgar e dar o voto é o povo que está ali contigo ou
com o Paulinho, pelo que está fazendo pelo seu povo; aí sim, tudo bem! Mas o direito de
pedir voto em qualquer lugar se chama democracia. Por isso a democracia é
bonita, quando é exercida.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Para todos, Vereador, concordo com Vossa Excelência.
O Sr. Kevin
Krieger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Caro Ver. Cecchim,
no Partido Progressista, como no PMDB, nós estamos tendo muitas sugestões e
opiniões diferentes, mas quero dizer que o Partido Progressista, no seu
Diretório de Porto Alegre, definirá os rumos das eleições de 2012 e com quem
estaremos.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Muito bem. Eu lhe agradeço. Não poderia ser diferente: V. Exa.
presidindo e tendo como colega o Ver. João Dib, o Ver. Nedel e o Ver. Beto
Moesch – quatro Vereadores que qualificam e dignificam a Câmara de Vereadores e
que qualificarão e dignificarão qualquer administração de que participarem.
Cumprimento V. Exa., porque sei que é democrático e exerce a democracia no seu
Partido.
O Sr.
Engenheiro Comassetto: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Cecchim, primeiro quero cumprimentá-lo pelo pronunciamento. O
senhor trouxe o tema “Cachoeira”, esta discussão toda aqui. Chegaram até nós,
até mim, algumas preocupações sobre o contrato com a Delta. Como ela tem alguns
contratos com Porto Alegre no que diz respeito à limpeza pública, eu lhe peço
auxílio para que possamos dar uma olhada nesses temas, para que Porto Alegre
não entre nessa confusão nacional. Um grande abraço.
O SR. IDENIR
CECCHIM: O senhor fez muito bem em me pedir um aparte no final para que eu não
tenha tempo de resposta. Presidente, eu gostaria de usar o tempo de Liderança
do PMDB para poder ajudar o Vereador.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Idenir Cecchim prossegue a sua manifestação, a partir deste
momento, em Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Agradeço. Ver. Comassetto, faço questão de ajudá-lo. Eu não havia falado
nos contratos da Delta, Ver. Comassetto, mas que bom que V. Exa. não lê muito
ou só lê o que interessa. V. Exa. deveria ler o que a Delta fez de contrato com
o seu Partido ali na Lomba do Pinheiro. É no seu caminho, Vereador; o senhor
olhe para a obra do Ceitec, a maior vergonha administrativa que o seu Partido,
junto com – naquela época – o PSB; fizeram aquele monstrengo, aquela coisa
grande! A Prefeitura de Porto Alegre deu o terreno para que fosse feita uma
grande coisa lá, e o que se fez foi empregar incompetentes, quase todos do seu
Partido e do PSB – Ver. Tessaro: PSB – esse Partido. Essa obra foi inaugurada
sem estar completa; não dá para fazer o que era para fazer lá dentro, não dá
para desenhar chip, que era para ser
desenhado. Aquilo lá é a obra mais cara e mais incompetente. O Ceitec de Porto
Alegre, que era para ser o nosso orgulho, até agora não disse nada, não fez
nada, não consegue fazer chip para as
malas, carregadas no Aeroporto. Houve pedidos, mas não eles fazem.
Fizeram um contrato com um cidadão – um alemão –
não sei o nome dele, mas se soubesse não diria, porque não merece, não recebe
ninguém naquela empresa, não faz projetos, só gastos. Um grupo de professores
tentou tomar de assalto essa empresa, Ceitec, mas não conseguiram também.
Estive em algumas reuniões, porque a Prefeitura
tinha conselheiros lá – até isso eles tentaram tiram fora. E o senhor vem me
falar de Delta aqui! Que bom que o senhor fala de Delta, mas antes explique a
sua casa, explique o que fazem na sua casa, no seu quintal, na rua onde o
senhor passa para ir para sua casa no final da tarde. Ali está o exemplo do que
não se deve fazer com o dinheiro público. Tem que olhar para a empresa Delta,
sim senhor! Mas olhe a Delta e olhe quem a contratou, olhe o fez nesses últimos
oito ou nove anos.
Essa empresa Delta de que o senhor quer falar
aqui...Que bom que o senhor não leu, que bom que o senhor não sabe das
notícias, ou se faz de morto, mas tem que saber, tem que ler e tem que falar da
Delta, sim senhor, porque o maior contrato que ela teve aqui no Rio Grande do
Sul foi com vocês, com o partido do PT, com a turma do Lula. Acho que ali tinha
o Cachoeira também. A sociedade do Cachoeira com a Delta começou na Lomba do
Pinheiro, no Ceitec, sobre a qual o senhor deveria saber, defender e
esclarecer. Tem muito que esclarecer nesse contrato! E o senhor vem aqui: “Ah,
têm contratos com a empresa Delta”. Santa inocência, Ver. Comassetto! Santa
inocência, Vereador!
Tem que explicar mais o que fazem com o dinheiro,
em nome da ciência e tecnologia! Ciência e tecnologia dos gatunos? O que
fizeram ali até agora? E foi só isso que mostraram: desvio de uma grande
quantia de dinheiro para não fazer nada de ciência e tecnologia.
Quem faz ciência e tecnologia, são aqueles professores mal pagos, atirados ali UFRGS, na PUC, no Tecnopuc; ali se faz ciência e tecnologia; não essa ciência e tecnologia que era para o Ceitec fazer e não faz: só pensa em lucros, empreitadas e locupletação com o dinheiro público. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver.
Paulinho Rubem Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, a todos que nos
assistem; Ver. Tarciso Flecha Negra, meu colega, batalhador, nosso craque, sabe
onde o senhor é mais craque do que no campo de futebol? Lá com as crianças, com
aquelas a quem o senhor quis dar o material escolar, e deu, através desta Casa;
aquele trabalho todo que o senhor fez para os colégios poderem fornecer o
material escolar. Eu quero lhe dizer, Ver. Tarciso, o seguinte: para este
Vereador que está na tribuna, hoje, chegar aqui e ter a oportunidade de ter
este microfone à disposição, democraticamente, com os meus colegas, não foi
fácil, Vereador. Eu tenho 56 anos e quase 30 anos de liderança nesta Cidade
pelas vilas, pelos bairros, pelas regiões de Porto Alegre, trabalhando sem
condições financeiras; muito fiz isso, sou um cobrador de ônibus nunca neguei
isso, e, para chegar aqui e estar entre os 36 desta Casa, que merecem todo o
meu respeito, para poder chegar aqui e dizer que eu sou colega do João Dib, que
eu sou colega do Cecchim, do Luiz Braz, do Tarciso, que eu só via pela
televisão – e saí da roleta para fazer isso –, é porque alguma coisa eu fiz,
algum trabalho eu realizei nesta Cidade. Os votos que recebi jamais seriam
comprados, mas conquistados pelo trabalho.
Ver. João Antonio Dib, o senhor, como mestre, sabe
que, várias vezes, sigo a sua orientação, porque sou da base e concordamos,
muitas vezes, nunca tive vergonha de dizer isso; agora, quero lhe dizer que dói
fazer todo um trabalho numa comunidade e, muitas vezes, ver o dinheiro
prevalecer. Como eu digo, o galeto, a pipoca em tudo que é lugar, um galetinho,
cinquentinha para um, isso e aquilo... E se eu puder flagrar isso, eu vou
denunciar. Eu quero dizer Ver. João Antonio Dib, sou pai de sete filhos, criei
os sete com orgulho, tenho orgulho da minha família, sou avô por oito vezes,
tenho oito netos, com muita satisfação, não tenho dinheiro para dar para
ninguém, não tenho mercadoria, só tenho o meu trabalho: levantar de manhã cedo,
ir até a noite trabalhando, entrando em tudo que é vala, em tudo que é beco, em
tudo que é ruela, em tudo que é rua para buscar para aquelas pessoas – porque,
dessa forma, eu satisfaço a minha família também – as necessidades daquele
bairro, daquela vila.
Quero dizer mais, Ver. Tarciso, Ver. Tessaro, não e
fácil, dói, é sofrido. É muito sofrido trabalhar, trabalhar, trabalhar e chegar
o seu Fulano, muitas vezes, que tem o direito de concorrer, que tem o direito de buscar o voto, mas, porque há pessoas bancando,
por trás, leva o voto daquele que já trabalhou quatro anos para elas, ou a vida
toda. Muitas vezes, a pessoa diz: “Olha, sinto muito, não vou trabalhar para o
senhor, porque o senhor não pode me pagar o que o A, B, ou C está pagando”. É
complicado. Enquanto a corrupção estiver lá em cima ou aqui embaixo, como disse
o Ver. Idenir Cecchim, nós pouco vamos poder fazer, Ver. Luiz Braz, para
modificar uma situação como essa. Ver. Tarciso, o poder econômico corrompe, lá
embaixo, e, às vezes, é por necessidade, mas, lá em cima, às vezes, não é, lá é
para botar na conta bancária e não usar em favor da população.
Eu fico muito
entristecido quando ouço as pessoas falarem na rua: “Mas a política é uma
vergonha!” Muitas vezes, eu quero responder que a política é uma das coisas
mais corretas que existe; a politicagem que é sem-vergonha, é o poder econômico
subornando as pessoas, propondo, oferecendo: eu vou tirar Fulano, eu vou tirar
Beltrano do Ciclano, quando todos deveriam se respeitar, Ver. Tarciso, porque
se nós queremos o respeito, este tem que partir de nós. Como eu posso ensinar
um filho meu a respeitar um parlamentar, um político, se eu vier aqui e não der
exemplo? Como eu posso fazer isso?
Agradeço a atenção
dos meus colegas e digo: corrupto é aquele que se deixa corromper, e mais
corrupto é aquele que faz a corrupção...
(Som cortado automaticamente
por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Elias
Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público que se encontra nesta
Casa Legislativa e público que nos assiste pela televisão, eu fiquei escutando,
com atenção, as falas, os pronunciamentos dos colegas Vereadores em relação ao
que acontece no centro do País: os tentáculos espalhados pelo Brasil afora, o
caso do Sr. Cachoeira, a Delta e companhia limitada.
Eu acho que todas
essas preocupações são justas. Se depender deste Parlamento, nós não
aceitaremos esse tipo de atitude, de ação com a coisa pública, porque todo o
desvio, todo o desmando, todo o roubo, quem paga, na realidade, é o povo que
tem tantas demandas reprimidas em todas as áreas, quer seja na habitação,
saúde, saneamento, enfim, em todas as áreas há uma demanda reprimida. Então,
todo Real, cada tostão, cada moeda desviada do dinheiro do povo, por si só, já
é abominável.
Mas eu quero chamar a
atenção dos colegas Vereadores porque nós temos que estar preocupados com o que
acontece lá, mas temos que estar preocupados com o que acontece aqui em Porto
Alegre. No Rio Grande do Sul, a Assembleia Legislativa cuida, mas em Porto
Alegre nós fomos eleitos pelos cidadãos de Porto Alegre, os eleitores de Porto
Alegre que deram o meu mandato, o seu mandato, o nosso mandato. É o cidadão de
Porto Alegre que paga toda a máquina pública do Executivo. Então, os nossos
olhos têm que estar voltados para Porto Alegre. E, aí, eu pergunto aos senhores
o seguinte: eu me preocupo com a CPI que rola lá no Congresso e não me preocupo
com a CPI daqui de Porto Alegre? Isso é uma incoerência. Prestem atenção, senhores,
vejam se a minha fala não tem lógica. Vocês condenam o que acontece lá, mas,
aqui, vocês cruzam os braços! Eu não entendo essa fala de ninguém que vem aqui,
porque nós já estamos falando que a CPI do Ronaldinho já descobriu R$ 650 mil
num contrato irregular. Mas, Vereador, são só R$ 650 mil? O Dib disse que não
tinha nada errado. Vários Vereadores vieram a esta tribuna e disseram que não
tinha nada de errado. Também já descobrimos mais R$ 450 mil em notas fiscais em
série. Nota em série quer dizer que tem falcatrua no meio. Já passa de um
milhão. “Ah, mas um milhão é pouco”. Se no teu trabalho, na tua empresa, na tua
padaria, no teu supermercado, se você tivesse um comércio e desaparecessem,
desviassem ou roubassem R$ 100,00, você botaria para rua no dia seguinte esse
funcionário! “Ah, mas o dinheiro é público”. E como é que se fala, como se faz,
como se age em relação às pessoas que estão na fila
esperando uma cirurgia? Por três anos, quatro anos, cinco anos e nada de
traumatologia; um paciente chega a esperar dez anos por uma cirurgia! Aí,
senhores, quando é lá, eu condeno; quando é aqui, eu mudo a minha postura.
Então, eu gostaria
que os colegas tivessem um pouco mais de coerência nas suas falas, porque eu
não vejo coerência nessas falas. Falam das empresas de lá, mas não falam dos
problemas aqui. Aqui, eu cruzo os braços, aqui eu não assino? Por que não
assinamos uma CPI da Saúde para sabermos, de fato, se há alguma coisa errada ou
não? Eu dizia: se não tem nada errado, ótimo, que bom! Não vai dar nada. Que
bom, o nosso trabalho é fiscalizar. Agora, se tem, vamos devolver. Já estamos
achando mais de um milhão em coisas irregulares, e vamos chegar longe nisto. E
na Saúde, que tem uns 15 milhões? “Não, está tudo certo, tudo certo. Não tem
problema”. Vão passar a limpo...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Ver. Elias, há
um acordo entre os Vereadores, e não posso lhe dar mais tempo, senão teria que
dar para todos os Vereadores.
O Ver. Nelcir Tessaro
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, público que nos assiste, primeiramente, eu
acredito que ontem foi um grande dia – vejo rosas aqui – muito especial para
todas as nossas mães que estiveram comemorando em seus lares, e eu estendo os
meus cumprimentos no dia posterior.
Eu venho a esta
tribuna, agradecendo o Ver. Tarciso, a cedência do seu tempo, pelo meu Partido,
o PSD, para fazer a minha manifestação. Eu tenho andado pela Cidade,
verificando as obras, exercendo a função de Vereador, Ver. Elias Vidal, e
também analisando o que acontece no Município, analisando contratos e
verificando como está a nossa gestão municipal. Mas eu fiquei preocupado, e
venho há tempos com essa preocupação, inclusive acompanhando e, muitas
vezes, vendo veículos em serviço fora de Porto Alegre. A minha preocupação foi
saber como está o Município em matéria de veículos, veículos locados, o que se
está gastando anualmente, Presidente. Aqui na nossa Câmara de Vereadores, nós
nos preocupamos e somos muito fiscalizados, em matéria de veículos, pelo
Tribunal de Contas do Estado. Eu acho muito boa aquela ferramenta do TCE, o
Portal da Transparência, eu tenho acompanhado e verificado tudo por ali, só que
muitas vezes o Tribunal de Contas age de uma maneira com um órgão e de outra
maneira com outro, como nós estamos vendo, talvez por falta de tempo de agir em
todo o Estado.
Aqui em Porto Alegre, a minha grande preocupação
foi quando comecei a ver, em determinadas Secretarias, muitos veículos locados.
Acho um desperdício uma Secretaria Municipal gastar R$ 4,5 milhões em locação
de veículos por ano; uma única Secretaria. O Município de Porto Alegre gasta R$
13.823.014,00, por ano, em locação de veículos. Eu acho muito alto este valor,
pois equivale a 500 veículos Uno por ano. Quinhentos veículos por ano estamos
jogando fora em locação de veículos, Ver. DJ Cassiá! São diversas Secretarias,
mas eu vou tomar por base a Secretaria com mais casos, a SMOV. A SMOV tem 20
automóveis, 11 veículos mistos, dois carros de carga pequenos, mais um outro
pequeno, 21 caminhões de grande porte, 21 caçambas e mais 4 veículos com cesto
para a iluminação pública. Nós temos 17 Regiões do OP em Porto Alegre, e 42
veículos, entre caçambas e caminhões. Será que nós temos tanta gente assim
trabalhando na Secretaria para haver três caminhões para cada Região do OP,
Ver. Bosco? Três caminhões para cada Região do OP?! E mais: 1,2 veículo de
passeio para cada Região do OP. Será que não é muito pagar R$ 400 mil por mês,
o equivalente a 17 veículos Uno, por mês, para locação de veículos? É muito! É
muito! Com esse valor da locação de veículos, nós produziríamos 300 habitações
sociais por ano para as comunidades que estão nas favelas. Imaginem o que se
gasta com pessoal juntamente com esses veículos! A prioridade de um Município
não é ficar rodando por toda a cidade... Eu consultei a placa de um desses
veículos para saber como estão as notificações, e vi que tem autuação por
infração em Novo Hamburgo! Eu não sabia que nós estaríamos administrando a
Grande Porto Alegre, achei que era só Porto Alegre! É lamentável, senhoras e
senhores!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
meus senhores e minhas senhoras; eu acho que devo aprender muitas coisas aqui,
porque eu não entendo, são coisas que não consigo entender! Eu acho que devo
fazer, na quinta-feira, um Requerimento para o Presidente da Comissão
Parlamentar de Inquérito porque o novo Líder do PV nesta Casa – recém-inscrito
no Partido, mas já é Líder de Bancada – destilou toda a sua fúria contra a CPI,
já disse tudo o que está errado segundo ele, é um sábio! Eu sou um aprendiz!
Mas há algumas coisas que eu não vou entender nunca! Eu já coloquei à
disposição dos Srs. Vereadores dois, ou melhor, três documentos com cronograma
de datas, com o que aconteceu com os dois convênios, o que aconteceu com o
Instituto Sollus. O nobre Vereador, o mais recente Líder, o Líder do PV, não
compareceu a esta mesa – eu tenho dificuldade de locomoção, senão teria levado
para ele – para tomar conhecimento da cópia e, então, contestar com dados. Mas
ele sabe tudo, não precisa mais fazer Comissão Parlamentar de Inquérito! Sabe
tudo! Ele não quis ler que a Prefeitura já devolveu o dinheiro do convênio do
Ministério da Justiça; ele não quer dizer, não quer declarar aqui que o
acompanhamento da execução dos convênios foi perfeito de parte da Prefeitura,
que, inclusive, levantou os problemas que agora estão sendo aqui dados como
verdades do novo Partido, o Partido do filho do Sarney.
Eu quero dizer que, alguns dias atrás, eu tive o
trabalho de ler um pedaço do cronograma de atuação da Prefeitura e,
cronologicamente, mostrei que, numa semana de 2008, a Prefeitura identificou
notas incorretas no Instituto Sollus; na mesma semana, a Prefeitura entrou no
Ministério Público; na mesma semana, a Prefeitura cessou os pagamentos que não
fossem para mão de obra do Instituto Sollus; e, na mesma semana, a Prefeitura
entrou, numa delegacia em São Paulo, contra os Diretores do Instituto Sollus.
Depois mostrei também que, no ano passado, a Prefeitura bloqueou os bens dos
Diretores do Instituto Sollus e está cobrando, na dívida ativa, R$ 5,826
milhões, cuja documentação não foi apresentada. Agora, claro que isso para o
nobre Vereador, Líder de Bancada, não serve! Ele sabe tudo! Podemos encerrar as
atividades da Comissão Parlamentar de Inquérito para que ela não fique “para
lamentar”. O que é “para lamentar”? A atitude de quem sabe tudo, não quer
conhecer a verdade, mas é dono da verdade! Já descobriu um milhão de reais em
dúvidas. A Prefeitura não tem a sapiência desse novo Líder que a Casa tem. Não
tem! A Prefeitura não tem, e este Vereador aqui é aprendiz! O nobre
Vereador-Líder da Bancada do PV sabe tudo! Por favor, encerrem a Comissão
Parlamentar de Inquérito porque o Vereador já tem todos os dados, tem todos os
documentos, e não tem mais problema! É o dono da verdade.
Por outro lado, eu também estranho algumas críticas
feitas ao Governo por pessoas que pertenceram ao Governo. Eu sempre tive como
regra que, por onde eu passei, como diretor ou secretário, eu não tenho
críticas. Eu tenho o telefone e ligo para lá e coloco a verdade. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; colegas
Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores; primeiro, quero fazer um registro
nesta Casa que já fiz hoje pela manhã, na reunião de Líderes, de um fato
lamentável e desagradável que tive a oportunidade de vivenciar no final de
semana. Sábado havia uma promoção da Prefeitura Municipal de Porto Alegre,
através do Orçamento Participativo, lançando o Rodeio da Zona Sul da Cidade de
Porto Alegre. Fui lá, representando a Câmara, com a anuência do nosso
Presidente, e, infelizmente, o que foi armado lá foi uma campanha antecipada do
ex-Secretário da SMOV Cássio Trogildo, que montou um palco com os Conselheiros
do Orçamento Participativo, alguns membros da SMOV e as representações; mas a representação
desta Câmara não foi convidada para fazer parte do ato público. Então, quero
trazer aqui que nós defendemos sempre uma postura republicana desses processos,
mas aparelhar a Prefeitura para campanha política antecipada, seja de quem for,
não é correto. Quero fazer o registro ao Líder do Governo, Ver. João Antonio
Dib – hoje pela manhã, relatei o fato ao meu colega Ver. DJ Cassiá, Líder do
Partido Trabalhista Brasileiro –, de que, nesse tom, não dá para continuar.
Faço novamente este registro nesta tribuna para que esses fatos políticos
possam ser analisados com grandeza política. Não dá para um determinado
ex-Secretário aparelhar a estrutura pública em nome da sua pré-candidatura,
seja de que Partido for.
O segundo tema que eu queria tratar aqui e sobre o
qual fiz um aparte há poucos minutos ao Ver. Cecchim é a conjuntura nacional do
problema do Cachoeira. O Ver. Cecchim ficou excessivamente nervoso, Ver.
Valter, porque, no momento em que ele tratava do Cachoeira, eu referenciava os
contratos da Delta, e, como a Delta tem um conjunto de contratos com a
Prefeitura de Porto Alegre que dizem respeito à limpeza urbana deste Município,
chegaram algumas preocupações ao nosso mandato, e eu quero trazer aqui essas
preocupações. Afinal de contas, um dos problemas que a Cidade enfrenta é a
falta de limpeza urbana.
Na semana passada, um repórter me questionava, e eu
dizia que, se há algum problema, é na eficácia do trabalho, porque, pelos
contratos feitos, que são milionários, o serviço executado está muito aquém do
que a Cidade exige; existem focos de lixo em vários locais da Cidade. E o nosso
papel, Ver. João Antonio Dib, quando surge isso, é trazer o assunto para o
debate, para o diálogo, e verificar o que há. Eu busquei o trabalho que fez o
Tribunal de Contas do Estado, na semana passada – estão no site todos os contratos feitos, inclusive o da Delta, que eu trago
e mostro aqui nesta tribuna. (Mostra documentos.) Agora, se estão bem
executados ou não, não cabe a mim neste momento levantar questionamentos, porque
não tenho as informações necessárias. Vamos buscar todas as informações e o
desempenho feito, até porque o meu pai já dizia que onde há fumaça há fogo.
Como a Delta está incendiando todo o Brasil, poderá haver alguma dificuldade
nessa elaboração do contrato em Porto Alegre.
Eu finalizo, dizendo que o Ceitec, que o Ver.
Cecchim criticou de uma forma muito forte, é um projeto que iniciou no Governo
Olívio Dutra, e teve a Dilma Rousseff que era Secretária aqui, e o Adão
Villaverde, que era o outro Secretário de Ciência e Tecnologia. É o maior
projeto de Tecnologia da Informação do Cone Sul e da América do Sul. Está aqui
em...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores, realmente, escutando
o Ver. Dib, eu começo a pensar: será que a Polícia Federal, a Polícia Civil, a
Brigada Militar e o Ministério Público não entendem nada de investigação, Ver.
Dib? Será que é isso? Será que a Polícia não sabe investigar? Os Vereadores
estão preparados para investigar? Eu confesso que não acredito na investigação
de um Vereador, porque o Vereador está atento às demandas da Cidade, não tem
curso para ser investigador. Acho que nenhum de vocês, aqui, tem curso para ser
investigador. Nenhum! Que eu saiba, não há nenhum policial aqui, e é o policial
que faz esse curso, esse trabalho. Então, quero dizer que eu, realmente, não
acredito na investigação do Vereador. Acredito, sim, no trabalho que faz o
Vereador, mas, para investigação, há policiais competentes para isso na Polícia
Federal, na Polícia Civil, na Brigada Militar e no Ministério Público, que é
tão poderoso, que faz tudo. Eu acho que é por aí.
Eu quero também dizer que ontem tive um dia
maravilhoso; há 12 anos entrego rosas no Dia das Mães. Centenas e centenas de
mães, ontem, tiveram o privilégio de receber uma rosa que eu dou todos os anos.
Ontem, para mim, foi muito triste, porque não consegui levar uma rosa para
minha mãe; é difícil, mas, tudo bem! Era uma coisa que eu sempre fazia no Dia
das Mães: ir na casa da minha mãe. Ontem, não tive a minha mãe, que Deus a
tenha lá no céu.
Ver. Humberto Goulart, realmente, as coisas
acontecem na Cidade e vejo que muitos Vereadores não falam sobre as coisas
boas. V. Exa. fala e fez um bom trabalho como Secretário; foi um Secretário
exemplar para a Cidade. Gostaria de falar, mais ainda, sobre as coisas boas que
acontecem na Cidade: sábado, eu tive o privilégio de estar junto ao Secretário
Luiz Fernando Záchia, que é um Secretário atento, um Secretário simples, um
Secretário que dá atenção às nossas demandas. Eu, com carinho, quero dizer
isso: na SMAM, as coisas são meio difíceis, mas o Secretário Luiz Fernando
Záchia está fazendo diferença na Cidade. Claro, Ver. Valter Nagelstein, V. Exa.
fez um trabalho espetacular na SMIC. Um trabalho que também foi muito bom foi o
do Secretário Cecchim, que foi um Secretário que vai deixar saudade no povo
porto-alegrense, porque foi um trabalho muito bom o que ele fez lá na
Secretaria.
Mas eu volto dizer que tive o privilégio de
inaugurar uma praça, no sábado, na orla de Ipanema, junto com o Secretário Luiz
Fernando Záchia e o André Carús. E, lá, as pessoas estavam caminhando, felizes,
cumprimentando o Prefeito e o Secretário pela construção da praça, pequena, mas
muito confortável e boa. Então, Porto Alegre ganha mais uma praça lá na orla do
Guaíba; é o bom trabalho que este Prefeito vem fazendo. O Prefeito dá atenção
às comunidades pequenas; às pessoas que reivindicam, àquele cidadão simples que
chega o Prefeito está sempre pronto para recebê-lo. Nesta Cidade, eu nunca vi
um Prefeito igual ao Prefeito Fortunati. Eu mesmo, Ver. Valdir Fraga, quantas
vezes eu tentei me aproximar do Prefeito do PT? Nunca quis me receber! Nem
adeus na...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; colegas
Vereadores, colegas Vereadoras, senhores e senhoras, neste período de Liderança
de oposição, eu volto à tribuna trazendo o mesmo fato que constatei aqui há
poucos minutos – que relatei, melhor dizendo, até porque vários
Vereadores, quando desci da tribuna, vieram conversar comigo. Tenho muito claro
que, nós, que temos um mandato popular, nós, que estamos aqui no Parlamento, se
não buscarmos uma postura republicana, principalmente de quem está no poder ou
de quem tem a máquina pública para executar projetos, que são projetos de
cidadania e para a Cidade, não podemos deixar que esta máquina seja utilizada
inclusive antecipadamente para o processo eleitoral. E falo isso porque o
Tribunal Regional Eleitoral deve entrar em campo já, inclusive para analisar
esse fato do final de semana, prezado Valdir Fraga, com que sempre dialogamos
na postura republicana. Aparelharam a estrutura pública em nome do Orçamento
Participativo e já em prol de uma candidatura a este Legislativo. E aí, prezado
Ver. Brasinha, isso nada tem a ver com a postura e o desempenho que teve esse
Secretário enquanto esteve na SMOV. Eu mesmo sempre tive um bom tratamento, um
bom relacionamento, e os temas encaminhados tiveram resoluções positivas; não
se trata disso: trata-se de a máquina pública ser usada antecipadamente na
campanha.
E o segundo tema,
Presidente Mauro Zacher, eu relatei hoje: é o desrespeito com este Legislativo.
E poderia ser qualquer um dos 36 Vereadores que estivessem lá representando a
Câmara: teria que ser convidado para a solenidade de abertura, não simplesmente
ser desconsiderado. Outras entidades que ajudaram no ato também não foram
convidadas para o dito palanque. Então, lá estavam todos os membros do
Orçamento Participativo, e já sabemos, Ver. Valter Nagelstein, que estão
fazendo campanha antecipadamente, inclusive prometendo obras do Orçamento
Participativo para os diversos Delegados e Conselheiros em troca do apoio para
o Legislativo Municipal ao ex-Secretário da SMOV.
O Executivo tem que
trazer uma resposta a esta Casa, e o Tribunal Regional Eleitoral deve entrar em
ação para fiscalizar isso, Ver. Pedro Ruas. Nós disputamos ideias, disputamos debates, mas não dá para não termos uma postura
republicana, porque política e estrutura pública são para executar projetos em
nome da Cidade. A oposição é para fiscalizar e para fazer o debate necessário
quando assim entende.
Portanto, estamos
trazendo novamente aqui: campanha antecipada, utilizando a máquina pública,
precisa da intervenção do Tribunal Regional Eleitoral. Em todos os Partidos nós
temos bons políticos, e estes têm de ser protegidos daqueles que não levam em
consideração essa postura republicana. E quem está no Poder Público tem de
tratar todos igualmente, e não como é feito lá no Extremo-Sul: se uma demanda
do Orçamento Participativo é feita por alguém relacionado com a oposição, essa
demanda é deixada de lado, e passam na frente as demais. Isto está acontecendo
e não pode continuar. Vereador João Antonio Dib, pelo respeito que temos pelo
senhor, estamos lhe trazendo mais esta tarefa, em nome da oposição, e o senhor,
como Líder da situação, não pode deixar que isto continue acontecendo na cidade
de Porto Alegre. Um grande abraço. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver.
Mauro Zacher; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores; quando eu
ouço aqui o Ver. Carlos Comassetto, parece que eu estou ouvindo um Vereador que
está com os olhos completamente fechados para aquilo que sempre aconteceu aqui
nesta Cidade.
No ano de 1989, este
Vereador tinha acabado de aprovar e ver sancionado o Projeto que criava as
áreas azuis na Cidade; foi anunciado o ato quando iam ser inauguradas as áreas
azuis aqui na região central da Cidade. E este Vereador, como autor do Projeto, foi até o
local no qual estavam inaugurando a chamada área azul. E, por incrível por
pareça – e eu julguei uma ofensa –, este Vereador não foi convidado e nem foi
citado – sequer citado –, na época, pelas pessoas que faziam aquela
inauguração. Era o Prefeito Olívio Dutra e mais as pessoas que estavam à frente
da inauguração da área azul.
De lá para cá, o PT ensinou à administração pública
uma forma completamente errada de como fazer administração. Inclusive, o PT se
adonava de Projetos que eram de oposição – ele se adonava, não permitia que o
Vereador levasse o seu Projeto adiante, e, logo em seguida, Ver. Dib, V. Exa.
que é testemunha disso –, e anunciava como sendo seus. E não foi uma vez, nem
foram duas! Foram muitas vezes que isso aconteceu na administração pública, e
tudo isso para tentar iludir a opinião pública, para tentar passar como seu
aquilo que não lhes pertencia. Eu acredito que vai chegar o momento, nas
administrações públicas, Ver. Dib, em que isso não vai mais ocorrer. É uma
política nojenta! É algo que não devemos alimentar. Mas quem ensinou isso para
a cidade de Porto Alegre, quem fez isso com a Cidade, foram as administrações
petistas. Aliás, se a Cidade ficou para trás em relação às outras Capitais do
Sul – Curitiba, Florianópolis –, e olhem que quando cheguei aqui, em 1975, a
melhor Capital do Sul era, com toda a certeza, Porto Alegre; era Porto Alegre
quando cheguei aqui no ano de 1975. Com as administrações petistas, Porto
Alegre foi ficando para trás. E, infelizmente, com o jeito petista de
administrar a Cidade, Porto Alegre foi perdendo lugar para Curitiba, que não
fazia aquele jogo rasteiro que as administrações petistas faziam. Então, por
isso mesmo, ela foi progredindo, ganhando corpo, e foi ganhando uma liderança
com relação às Capitais do Sul. Florianópolis, que também fez uma política
diferenciada, também foi para frente, promoveu-se. Nós aqui, infelizmente, em
Porto Alegre, ficamos para trás. Quem visita, hoje, Florianópolis e Curitiba,
vê o prejuízo que as administrações petistas causaram aqui em nossa Cidade, e
vê o porquê de nós, realmente, termos que rechaçar qualquer ideia de o PT
querer voltar a administrar Porto Alegre. Felizmente, não é somente este
Vereador que vê as coisas dessa forma, as pesquisas estão mostrando que a
sociedade porto-alegrense está vendo exatamente aquilo que aconteceu, e o que
não quer mais que aconteça aqui em nossa Cidade.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Caro Presidente; ilustres colegas Vereadores, eu
venho a esta tribuna, hoje, para esclarecer alguns fatos que nos causaram
surpresa no dia de hoje. Hoje, nós recebemos, no gabinete, diversas ligações do
bairro Lami, Ver. Beto Moesch, referentes àquela área que já discutimos na
COSMAM, da Estrada Otaviano José Pinto, Parada 21, e das ruas Araçá, Cambuim e
Primavera, quanto à luz elétrica. Quero reafirmar aqui o que consta no nosso
informativo do mês passado, que em uma reunião com a comunidade na CEEE, ela se
comprometeu a terminar o estudo e a fazer a execução da rede provisória de luz
naquelas comunidades, tanto na Araçá do Varejão, Cambuim do Varejão e Primavera
do Varejão, quanto na estrada Otaviano José Pinto, Parada 21. Essa comunidade,
ao longo do tempo, tem tido uma longa batalha, que começou com a dificuldade de
ter o Termo de Anuência do Município. O Município de Porto Alegre fez a sua
parte, deu o Termo de Anuência, e os contratos de compra e venda da comunidade
foram levados à CEEE. Transcorreu um longo processo, foi feito um estudo pela
CEEE, foi identificada uma dificuldade quanto à tecnologia que ali seria
aplicada, pois teria que ser fio ecológico, em função, principalmente, dos
animais da reserva. Agora a CEEE adequou o projeto e deve estar licitando neste
próximo período. Quero, efetivamente, fazer este relato e reafirmar as palavras
que ouvi na CEEE, dos seus diretores. Esta reunião está, inclusive, na
Internet, está no YouTube, é só ir lá procurar. Este Vereador não falta com a
verdade, principalmente quando fala para a sua comunidade, para a comunidade
que atende há treze anos, e isso quero que fique registrado aqui. O jornalista
Flávio Damiani nunca faltou com a verdade, e é importante que isso fique
registrado também. Se alguém não fala a verdade, e eu não acredito nisso, é o
pessoal da CEEE. Mas eu não acredito nisso, Ver. Ferronato; eu acredito que o
pessoal da CEEE fala a verdade. Se temos opiniões dissonantes, se tem alguém
que acha que este Vereador não fala a verdade, é importante que venha dizer a
este Vereador, pois nós vamos provar com documentos e fatos que a verdade
efetivamente está ocorrendo. Tenho muita esperança – pelas noites que não dormi
indo para aquela comunidade ver a situação – que a luz elétrica, que é um
direito daquela comunidade, seja efetivamente solucionada. Acredito muito
nisso, porque isso vai melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Nós não
podemos utilizar a esperança dessas pessoas, a boa vontade dessas pessoas e
fazer jogo político com isso – isso nós não podemos fazer. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Haroldo de Souza assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza – às 15h45min): Havendo
quórum, passamos à
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 0676/12 – PROJETO DE EMENDA À
LEI ORGÂNICA Nº 005/12, de autoria do Governo Municipal, que altera o caput
do art. 61 e o art. 64 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, incluindo
o Poder Legislativo no Sistema de Controle Interno de forma unificada com o
Poder Executivo.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Sebastião
Melo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. João
Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulinho
Rubem Berta: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
discussão geral nos termos do art. 129 do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 14-05-12.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão, em 1ª Sessão, o PELO nº 005/12.
(Pausa.) Não havendo quem queira discutir, está encerrada a discussão, em 1ª
Sessão, do PELO nº 005/12.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3986/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 051/11, de autoria do Ver. Dr. Thiago
Duarte, que
concede o Diploma Honra ao Mérito ao mestre Arthur Xavier de Oliveira Filho. Com
Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CECE. Relatora
Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 30-04-12.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão o PR nº 051/11. (Pausa.) Não há quem queira discutir. (Pausa.)
Em votação a Emenda
nº 01 ao PR nº 051/11. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.
Em votação o PR nº
051/11. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 045/12 – (Proc. nº 1162/12 – Ver. Airto Ferronato) –
requer seja o Período de Comunicações do dia 21 de maio destinado a
assinalar o transcurso dos 60 anos de fundação da Associação dos Fiscais de
Tributos Estaduais do Rio Grande do Sul (AFISVEC).
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em votação o
Requerimento nº 045/12. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 15h48min): Encerrada a Ordem do Dia.
Passamos às
A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Adeli Sell.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, na sexta-feira, nós participamos – o Ver. Elias Vidal e esta
Vereadora – de uma audiência pública, na Assembleia Legislativa, sobre o Morro
Santa Teresa. É um processo que corre há alguns anos, e esta Câmara se
pronunciou claramente contra a Urgência na votação do Projeto de Lei da
Assembleia, que venderia uma área do Morro Santa Teresa, uma imensa área onde
cinco comunidades já habitam há alguns anos, Ver. Todeschini, algumas delas há
40 anos; vilas consolidadas, comunidades que não estão mais ocupando,
expandindo, todas, na verdade, estabilizadas, cuidando dos seus limites e
cuidando do Morro. Essas vilas se mobilizaram e fizeram um bem, não só para
elas, mas para a cidade de Porto Alegre, porque conseguiram preservar aquela
bela área de mata nativa, área de preservação ambiental que permite que, hoje,
o Movimento O Morro é Nosso tenha um tripé na sua luta, que na mesma área se
constitua um parque de preservação, de fruição, de lazer, que se regularize a
vida das famílias e se descentralize e se mantenha o atendimento da FASE a
adolescentes infratores, porque, afinal, nessa região toda, os seus filhos e
filhas, infelizmente, têm a necessidade desse atendimento na FASE. Então,
aquele Morro comporta – as AEIS onde estão as famílias –, sim, Ver. Valter
Nagelstein, tanto a regularização fundiária, quanto um belo parque, quanto a
manutenção do atendimento da FASE. E a Audiência Pública, Ver. Engenheiro
Comassetto (Sinaliza solicitando um aparte.) – já lhe dou um aparte –,
atualizou as ações de todas as Secretarias do Estado em relação àquela área e o
Governador já decretou a posse, a destinação da área das famílias para que elas
permaneçam morando, mas as três Secretarias – Segurança, Habitação e Meio
Ambiente – trabalham para que essas três dimensões aconteçam no Morro Santa
Tereza.
O Sr.
Engenheiro Comassetto: Ver.ª Sofia, venho aqui para colaborar com o debate
e com a sua opinião. Assisti aqui ao debate da última quinta-feira e quero
dizer que, no processo de regularização fundiária e de construção de uma área
pública de cidade, não é incompatível que, onde existe ocupação, se aplique o
Estatuto da Cidade na concessão do uso especial para fins de moradia; nas Áreas
de Preservação Ambiental, que possam ser transformadas num parque; e, onde há
equipamentos públicos, continuar com o seu funcionamento. Isso é pensar a
Cidade com a sua diversidade. Muito obrigado.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Obrigada, Vereador. É nesse sentido mesmo que está caminhando o destino
do Morro Santa Teresa. O que era vontade da Governadora Yeda, que fossem
destinadas aquelas áreas nobres à especulação imobiliária, não se realizou, e
agora se realiza o inverso. E o que nós atualizamos, que foi importante, é que
o Município foi chamado para o diálogo com o Governo do Estado, porque ao
Município cabe a regularização fundiária, o arruamento, as diretrizes
municipais, e nós temos demanda da comunidade no sentido de que aquelas áreas sejam
decretadas como Áreas de Interesse Social. Ficou clara essa tarefa para o
Município no diálogo com os estudos do Governo do Estado.
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigado, Ver.ª
Sofia. Essa matéria da regularização depende das diretrizes que deverão ser
dadas pelo Município, ou seja, a inclusão numa AEIS, provavelmente, dessas
cinco vilas. Mas o importante, sobretudo, desse debate, é que o Governo do
Estado já tem um cronograma para a realização de todas as etapas que são, há
muito, esperadas pela comunidade.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Perfeito, Vereador.
Então, agora, o Governo Municipal foi integrado a
esse Grupo de Trabalho, vai rever as suas diretrizes que havia feito para fins
de venda e de especulação, e nós vamos trabalhar, paralelo a isso, com medidas
emergenciais para regularização, como por exemplo, da luz, que é uma
necessidade daquelas comunidades.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. DJ
Cassiá está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Alceu
Brasinha.
O SR. DJ
CASSIÁ: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu quero agradecer, em primeiro lugar, ao Ver. Brasinha, por
ceder-me o seu tempo em Comunicações.
Ver. João Antonio Dib, atentamente, eu prestei
atenção, como de costume, ao seu pronunciamento, quando o senhor colocava
algumas indicativas ao colega Ver. Elias Vidal. Ver. João Antonio Dib,
sabiamente o senhor apontou os pontos reais da questão do assunto que
envolviam, naquele momento do seu discurso, o Instituto Ronaldinho. Ver.
Goulart, lá naquele Instituto, funcionava praticamente uma escola de turno
integral. Não vou entrar no mérito da questão da CPI, Ver. Kevin, porque os
questionamentos são feitos nas quintas-feiras.
Eu vou dar uma sugestão ao Prefeito popular, um
Prefeito totalmente envolvido no desenvolvimento da área da Educação. Este
Governo que está aí, que foi entregue pelo Prefeito José Fogaça, tem um
comprometimento direto com a Educação de qualidade, a educação daqueles que
mais precisam, não me canso de falar isso da tribuna. Salvo melhor juízo, se
houve Governo que fez revolução na educação, foi o Governo José Fogaça e o
Governo José Fortunati. Revolução na Educação Infantil! Hoje o Governo do
Prefeito José Fortunati é totalmente focado e totalmente comprometido na área
da cultura popular. Não se vê político nenhum defender a questão da Cultura, e
eu estou vendo na prática, hoje, o Governo José Fortunati envolvido. Daqui a
dois meses, deve-se inaugurar um estúdio popular, que deve ser o primeiro do
Brasil, destinado ao jovem da periferia, àquele que tem o sonho de um dia poder
ter o seu material rodando numa rádio ou numa TV. É um sonho, porque é muito
caro de produzir, e o Governo Fortunati está aí dando a oportunidade a esse
jovem da periferia.
Eu quero dizer mais, Ver. João Bosco: o PDT é um
Partido que tem compromisso com a Educação, desde Leonel Brizola. E vou deixar
uma sugestão ao nosso Prefeito: já que aquela área do Instituto Ronaldinho está
ociosa, Ver. Todeschini, que se faça uma área de educação integral, infantil e
cultural, dando-lhe o nome de um dos maiores políticos que sempre teve, sim, responsabilidade
e compromisso com Educação de qualidade neste País: o nome de Instituto de
Educação Integral e Cultural Leonel Brizola. Esta é a minha proposta ao
Prefeito José Fortunati. Assuma aquilo lá; tem condições!
Eu gostaria de concluir, mas terminou o meu tempo,
infelizmente. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. José Freitas está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOSÉ
FREITAS: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu quero usar o meu
tempo na tribuna, na verdade, para estender um convite a eventos que estão
acontecendo na área da criança e do adolescente. Temos aqui os colegas
Vereadores Kevin Krieger e Maria Celeste, que foram conselheiros tutelares
junto comigo; eu fiquei de 2004 até 2010 dentro do Conselho Tutelar e eu sempre
brinco que os meus cabelos começaram a branquear lá dentro do Conselho Tutelar.
Aqui tenho uma matéria antiga de um site que diz que a Guarda Municipal
detém adolescentes por tráfico no Parque Harmonia, e matérias como estas aqui,
na verdade, a gente vê no jornal todos os dias: “Guarda Municipal da Capital
fez apreensão de 540 pedras de crack
no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, no Harmonia. Cinco pessoas foram detidas,
três delas menores de idade. Com eles, havia também a quantia de R$ 850,00 em
dinheiro, a maioria em moedas e notas de baixo valor”.
A violência contra crianças e adolescentes é tema
de pesquisa. A pesquisa irá abordar o enfretamento à violência e à exploração
sexual. Então, quero convidar, na verdade, a dois espaços: um é esse em que já
está acontecendo, do dia 8 ao dia 18 de maio, na Rua Siqueira Campos, 1.300, na
Prefeitura, 14º andar. Portanto, um tema que está sendo discutido é a violência
contra a criança e o adolescente. Em outro espaço, a Associação dos
Conselheiros e Ex-Conselheiros Tutelares do Rio Grande do Sul, fará o XVIII
Encontro Estadual dos Conselheiros e Ex-Conselheiros Tutelares do Rio Grande do
Sul, em que haverá debate sobre Conselho Tutelar eficaz; ocorrerá dia 1º de junho
de 2012, no Teatro Dante Barone, às 14h30min. São espaços que estão tendo
debates.
Amanhã, terça-feira, dia 15 de maio, Municípios
farão seminários sobre o combate ao crack.
O encontro, chamado de Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, reunirá milhares
de pessoas em um debate sobre a problemática da droga no País.
Então, são espaços de debates, Ver.ª Maria Celeste,
que estão acontecendo para nos unirmos. Estendemos esse convite a você que nos
assiste e que tem interesse, a você que trabalha na área da criança e do
adolescente. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, neste período de Comunicações, quero aproveitar
para agradecer a Sra. Cleci Jurach, Secretária Municipal de Educação, porque ela nos acompanhou, Ver. Todeschini, numa reunião de
que participamos no CTG Bens da Tradição, na Lomba do Pinheiro, no momento em
que nós apresentamos a proposta – ela é muito antiga – que eu tenho defendido,
da possibilidade, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, de serem aproveitadas as
estruturas dos CTGs, para absorverem os alunos no turno inverso ao colégio,
oferecendo alimentação, o próprio reforço escolar, e ensinar canto, música,
dança, enfim, arte, lazer para os jovens, porque eles também precisam ter um
momento de lazer.
O
Sr. Carlos Todeschini: V. Exa. permite um aparte?
O SR. BERNARDINO
VENDRUSCOLO: Antes de lhe dar o aparte, quero cumprimentar o Deputado Elmar Schneider, que nos acompanha aqui. Um abraço,
Deputado. Vereador Todeschini, eu lhe dou o aparte.
O
Sr. Carlos Todeschini: Ver. Bernardino, na sexta-feira pela
manhã, nós tivemos aqui a presença da Diretora de Currículos do MEC, a
Professora Jaqueline Moll, que veio apresentar o Projeto de Escola de Tempo
Integral, que está sendo implantado através do Programa Mais Educação. Uma das
ideias dos Conselhos – inclusive debatemos na Rádio Gaúcha no outro domingo – é
aproveitar todos os espaços da comunidade, como as praças, as associações de
moradores e os demais espaços, em especial os CTGs, que são estruturas prontas
para acolher os estudantes no turno inverso. Então, isso vem a calhar com esse
Projeto, que vai fazer uma verdadeira revolução, sim, na Educação. Obrigado.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, Ver. Todeschini, pelo apoio.
Então, vejam, senhoras e senhores, primeiramente, que os CTGs são ambientes
sadios, com regras, com disciplina, e são estruturas prontas, absolutamente
prontas. Aqui não vai nenhuma crítica, mas, muitas vezes, os Governos acabam
fazendo convênios com outras instituições, não valorizando essas estruturas que
estão prontas e que são da nossa cultura, que são os CTGs, os piquetes, enfim.
Então, nós estamos aí nesse pleito. Eu agradeço a Secretária, desde já, por
aceitar o nosso convite e ouvir um pouquinho da possibilidade que nós estamos,
há tanto tempo, tentando convencer o Poder Público. Realmente, vai ser uma
grande proposta, que acho que vai se espalhar pelo Estado, porque não tem muito
investimento a ser feito, não há necessidade de muito investimento. Os CTGs já
têm as estruturas que estão à disposição. Os nossos jovens precisam, sim, de
lazer.
Quem de nós não lembra da infância? Os CTGs têm
áreas bastante extensas, podem contemplar vários tipos de brincadeiras, de
lazer, inclusive com relação ao ensino. Eu canso de dizer que uma das coisas
que gera a evasão escolar, Professora Sofia, é a dificuldade que os mais
necessitados têm da alimentação, da roupa, enfim; depois, vem a necessidade de
poderem acompanhar os demais colegas. Nem sempre as famílias mais humildes – os
pais – têm condições de dar um acompanhamento nos primeiros anos do ensino. E o
CTG pode também ter esse reforço escolar. Quem hoje não paga aulas particulares
para os filhos? Os mais necessitados, os mais humildes não têm condições. Lá
podem ter a contemplação desse acompanhamento. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em
Comunicações.
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu ia tratar aqui,
hoje, Bosco, sobre o tema dos resíduos da construção civil – um problema sério
–, mas eu não vou ter tempo, porque fui pego de surpresa, achando-me na
obrigação de falar com os meus colegas sobre um e-mail que recebi de um colega nosso que, infelizmente, falta com a
verdade com relação ao Projeto de Lei de minha autoria sobre os túneis verdes.
Aliás, vai haver uma Audiência Pública amanhã, proposta por esse colega, para
procrastinar o Projeto de Lei que começou a tramitar em 2008, porque eu não
peço Regime de Urgência em projetos de minha autoria, para que tramitem nas
Comissões e possam ser debatidos. Mesmo assim, se pediu uma Audiência Pública.
Bom, vamos à Audiência Pública, deixando para outro dia para se falar sobre os
resíduos na construção civil.
Primeiro, o Projeto de Lei sobre os Túneis Verdes é
uma concepção, uma ideia das pessoas que fizeram o Atlas Ambiental de Porto
Alegre. Surgiu um conceito mais definido de túneis verdes, um trabalho
coordenado pelo Rualdo Menegat.
Faltava ainda para nós, Ver. Todeschini, colocar os
túneis verdes no mundo jurídico. Em virtude de uma polêmica, em virtude de
várias razões na Rua Gonçalo de Carvalho, nós decretamos a Rua Gonçalo de
Carvalho como um Túnel Verde. O que vem a ser isso? É apenas e tão somente que
aquela rua, formada por árvores dos dois lados que se encontram na parte de cima,
formando um túnel verde, passa a ser, se assim elencada em um decreto ou em uma
lei, patrimônio da Cidade.
O
Sr. Carlos Todeschini: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Beto Moesch, no caso, são as tipuanas da Rua Gonçalo de Carvalho,
que são árvores frondosas e lindíssimas. Quero manifestar o meu apoio à sua
iniciativa e ao seu projeto, fazendo esse registro.
O SR. BETO MOESCH: Obrigado, Ver.
Todeschini. Então, primeiro, a Câmara de Vereadores
estaria assumindo agora a sua responsabilidade de transformar os túneis, não
como um decreto, mas como lei, dialogando com o Atlas Ambiental, dialogando com
os decretos existentes e dialogando com o que temos hoje que surpreende o
Brasil e o mundo: uma cidade que conseguiu plantar e preservar as suas árvores.
O Projeto não fala, em nenhum momento, em tombamento; fala em Área de Uso
Especial, que é um instrumento do Código Estadual do Meio Ambiente, ou seja,
aquelas ruas são reconhecidas, Ver. Kevin Krieger, como patrimônio da Cidade,
pelo fato de terem um túnel verde, passando a ter um cuidado especial por parte
da Cidade e do Executivo. Mas, em nenhum momento, o Projeto fala que a calçada
ou a rua não poderão sofrer obras – em nenhum momento ele diz isso. O que diz o
Projeto é que as obras a serem feitas na rua devem ter cuidado com a
arborização existente no local. Em nenhum momento, Ver. Mario Manfro, ela
impede obra; ao contrário, fala em obra com cuidado. É isso: art. 4º e outros
artigos.
O que nós não podemos admitir aqui...Agora, se uma
pessoa achar que não se deve fazer um túnel verde, tudo bem. É claro que
devemos votar contra aquilo que não acreditamos, mas em cima da verdade, em
cima do que diz o Projeto, em cima do que diz o mundo jurídico! Jamais
utilizando subterfúgios, porque isso engana e confunde não só esta Casa, mas a
Cidade como um todo.
Isso foi colocado por um e-mail do Vereador, que condena o Projeto, dizendo que, se o
Projeto for aprovado, nenhuma obra poderá ser feita naquela rua e nenhum ônibus
poderá trafegar naquela rua. Mas o que é isso? Está escrito no e-mail. O Projeto não fala nisso. Eu
queria esclarecer esse item. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Encerrado o período de Comunicações. Passamos à
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0824/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 070/12, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua El Shaddai o logradouro não cadastrado conhecido como Rua
Nove – Chácara da Fumaça I –, localizado no Bairro Mário Quintana.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0547/12 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 010/12, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que
altera o inc. I do caput do art. 82 da Lei Complementar nº 7, de 7 de
dezembro de 1973 – que institui e disciplina os tributos de competência do
Município –, e alterações posteriores, estendendo até o 6º (sexto) dia útil de
janeiro do ano da competência o prazo para pagamento de impostos e taxa com
redução de 20 % (vinte por cento).
PROC.
Nº 0718/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 060/12, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que
obriga os bares e os restaurantes que não aceitarem pagamento por meio de
cheques ou cartões de débito ou crédito a fixar, na porta de entrada de seus
estabelecimentos, placa contendo informação sobre a não aceitação dessas formas
de pagamento.
PROC.
Nº 0735/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 063/12, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Chimango o logradouro não cadastrado conhecido como Rua 2738,
localizado no Bairro Jardim Carvalho.
PROC.
Nº 0802/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 068/12, de autoria do
Ver. João Pancinha, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Antônio Parissi.
PROC.
Nº 0845/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 071/12, de autoria do
Ver. Engenheiro Comassetto, que
denomina Rua Tim Lopes o logradouro não cadastrado conhecido como Rua G –
Estrada Costa Gama –, localizado no Bairro Restinga.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, o Ver. Bernardino
faz uma proposição simples – simples, no sentido de ser objetiva e não
depreciativamente, Vereador –, e prevê que os bares e restaurantes indiquem na
entrada que não aceitam cartões de crédito.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Eu quero desde já lhe agradecer e dizer que é possível. Até a convido
para que faça emendas. Vereadora, eu passei por uma situação bem
constrangedora: entrei numa churrascaria – nós temos mais aqui em Porto Alegre
– e, quando chegou a hora de pagar a conta eles não recebiam cartão nem de
débito, nem de crédito. Aí eu perguntei: E agora? Responderam: “Olha, senhor, nós temos um aviso”. Perguntei: onde estava
o aviso? Disseram: “no caixa, lá no fundo da churrascaria”. O que nós estamos querendo? Não tem problema, até porque nós não
podemos legislar assim, obrigando, vamos dizer. Eles, então, tendo essa
condição, que coloquem um aviso na porta de entrada, com um tamanho de 50 por
50 centímetros, dizendo: “Nós, aqui, não recebemos pagamento com cartão ou
cheque”. Pronto, acabou, é bem simples realmente. Eu lhe agradeço e a convido
para aprimorá-lo.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Muito bem, Vereador,
vamos pensar no assunto, porque eu vivi uma situação semelhante, mas estava
prevenida. Realmente, eu fiquei imaginando a situação, porque ninguém mais anda
com muito dinheiro na carteira. Mas, talvez, inclusive, nós tenhamos que pensar
em alternativas para refletir.
A Câmara está se
propondo a trabalhar o Código de Posturas da Cidade, que eu considero,
praticamente, o volume e a dimensão de um novo Plano Diretor. Quero aproveitar
o seu Projeto para fazer essa reflexão, com o conjunto dos Vereadores. Acho que
a iniciativa é positiva, só que cada um dos temas abre, não sei quantas –
talvez centenas –, leis e normas. E o que se vai poder fazer é uma passada
geral em todos os temas. Talvez a gente devesse trabalhar, Ver. Haroldo, que me
escuta com atenção, nosso Vice-Presidente, com uma descentralização maior de
responsabilidades para os Vereadores. Eu sugiro isso porque alguns temas vão
ficar muito superficiais, porque são extremamente complexos.
Se nós olharmos o
mapa de todas as questões que dizem respeito a essa vida em cidade, nós vamos
ver que cada um mereceria um ano de trabalho, de aprofundamento.
Ver.ª Celeste, só a
Legislação dos ônibus, se vocês solicitarem à Biblioteca verão que dá um grande
volume. Há uma sobreposição de leis. Às vezes, a gente olha e não sabe o que
está valendo, porque há várias formas de dizer a mesma coisa em leis de 20, 30
anos, Ver. Todeschini. Então, só o tema dos coletivos, dos contratos precários
dessas concessões de ônibus – eu tentei organizar e organizei tudo que está
previsto nesse monte de lei, com multa e tudo. Então, quase tudo está previsto,
tem que ter lá a identificação em cada parada de ônibus – está dito ali, tem
que ter a identificação de quais as linhas –; estão previstas na Legislação
quais as linhas de ônibus e que horários, têm que estar identificados todos os
horários de tabela nos ônibus – visíveis. Não é
possível! Há multa se não cumprir o horário. Tudo que a gente está enxergando
de irregularidade no sistema de ônibus está previsto na legislação. Só que é
uma legislação que não é acessível ao cidadão. É uma legislação que, para ser
cumprida, o “azulzinho” tem que estar na hora e enxergar in loco, ou seja, não adiante o cidadão fazer a denúncia, porque
não vai gerar multa, só se o agente de fiscalização estiver na hora e, no
momento, conseguir verificar a irregularidade. No ano passado, em três dias de
vistoria no sistema, a EPTC aplicou duas mil multas.
Portanto, nesses
temas todos, dado o Código de Posturas, eu acho que cada um tem que pensar com
profundidade sobre isso e sobre os instrumentos que temos para fazer valer,
porque muitas vezes não é ajuste no Código de Posturas que queremos fazer. Nós
temos que fazer a lei ser cumprida. Falta fiscalização, falta conscientização,
falta mudança cultural.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Engenheiro
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente
dos trabalhos, Ver. Haroldo; Vereadores e Vereadoras, eu vou discutir os dois
projetos de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo. Primeiro, ele volta com a
ideia de propor que o desconto de 20% no IPTU seja estendido até o dia 6 de
janeiro de cada ano. Ver. Bernardino, essa proposição inicial foi de nossa
autoria. Nós fomos derrotados. Depois, o senhor apanhou a ideia, e a lei
prosseguiu. Eu não estou aqui discutindo a paternidade e nem a autoria disso.
Eu estou discutindo aqui o mérito da questão, que é um mérito positivo, um
mérito desejado. Não importa se é de minha ou de sua autoria. O que importa é
que os trabalhadores, os celetistas, os aposentados, que são a grande maioria,
podem receber facilidades e podem usufruir melhor esse benefício, coisa que o
Governo insiste em não querer entender. Eu não acredito que cinco dias úteis a
mais deem prejuízo, porque o celetista recebe no quinto dia útil de cada mês.
Então, eu não entendo essa resistência, digamos assim, essa não flexibilização
ou essa não vontade do entendimento por parte do Executivo.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado,
Ver. Todeschini. Eu, realmente,
quando protocolei... Este já é o terceiro pedido que protocolo. V. Exa.
protocolou lá atrás...
O SR. CARLOS TODESCHINI: Em 2005.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: É. Esta é a
terceira vez que eu proponho. Quero fazer um registro também, Vereador: o ITBI
também; o primeiro projeto do ITBI não foi de minha autoria, no entanto o
parcelamento... Nós só conseguimos votar aqui o Projeto, que está em vigor
hoje, e que se mostrava também... O Poder Público, o Executivo, na época,
também tinham essa restrição ao parcelamento, pensavam que ia diminuir a
receita; pelo contrário, aumentou, está aí, é uma realidade. Eu o cumprimento
também, acho que é inconcebível aceitarmos o vencimento de um tributo no 1º dia
útil de janeiro. Aí é que está: o 1º dia útil de janeiro vem sempre depois de
um feriadão. Mesmo para quem tem dinheiro é difícil, agora imaginem para quem
não recebeu ainda o seu salário, que recebe lá no 5º dia útil. Parabéns.
O SR. CARLOS TODESCHINI: As pessoas têm
que recorrer ao cheque especial, recorrer a empréstimo de vizinhos, recorrer a
empréstimo de familiares e enfrentar filas intermináveis. Por quê? Porque todo
mundo só tem esse dia para pagar. Por que só tem esse dia? Porque não dispõem
de recursos antes e vão espichar ao máximo o prazo para pagar menos juros,
menos cheque especial, menos gastos financeiros. Então, Ver. Bernardino, da
mesma forma que provou ser eficaz o parcelamento e a possibilidade de pagar de
forma diferenciada o ITBI... Aliás, o Projeto, como também referencia bem o
Ver. Bernardino, este é de autoria do ex-Vereador e Conselheiro do Tribunal de
Contas, Estilac Xavier, mas são ideias que vêm para auxiliar, para facilitar,
ou as pessoas não lembram o martírio das filas intermináveis para pagamento dos
tributos no final do ano? Pelo menos assim, Ver.ª Maria Celeste, as pessoas
teriam cinco dias úteis a mais para fazer esse pagamento. Eu, sinceramente, não
acredito que isso vá gerar perdas ao Erário, ou gere prejuízos significativos;
ao contrário, é uma questão de sensibilidade, é uma questão de bom-senso, até
porque vários Municípios aqui da Região Metropolitana já adotaram essa prática:
Canoas, Esteio, Viamão, Gravataí, etc e tal. Por que só Porto Alegre não?
Então, Ver.
Bernardino, vamos aprovar, com certeza, novamente este Projeto e vamos apelar para que o Governo, para que o Executivo tenha a sensibilidade de
acolher o Projeto e também retribuir um pouco de conforto aos contribuintes da
Cidade. Obrigado, e parabéns pela iniciativa.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Maria
Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver.
Haroldo de Souza; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje, em Discussão
Preliminar de Pauta, temos vários Projetos, dentre eles, dois já foram bastante
analisados pelos colegas que me antecederam, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, especialmente o que institui e disciplina os tributos de competência
do Município. Este é um tema recorrente nesta Casa, sobre o qual temos nos
debruçado, a partir de iniciativas do Ver. Bernardino e de demais Vereadores
que tratam dessa área tributária também.
Mas eu queria fazer
uma menção aqui aos demais processos que estão em 1ª e 2ª Sessão de Pauta, que
dizem respeito a nomes de rua. Nós, Vereadores desta Casa, temos, por vezes,
sido rotulados de não apresentar propostas efetivamente que venham trazer
significativa mudança na vida das pessoas, e que os Vereadores apenas têm entre
suas atribuições a aprovação de Projetos de nomes de rua. Quero dizer que
Projeto de nome de rua é simples, significativo, nós já otimizamos o nosso
espaço do Plenário na aprovação, ele entra em Pauta, depois, passa pelas
Comissões. E para nós, que analisamos de uma forma rápida e simples, parece não
ter significado, mas para as pessoas que estão nas comunidades, que não têm
nomes na rua, é muito significativo, porque a correspondência não chega, não há
CEP destinado, as pessoas procuram desesperadamente as suas correspondências e
não as encontram, muitas vezes, porque não há uma denominação do logradouro. É
um processo extremamente simples.
E hoje nós temos aqui
várias nomenclaturas de ruas, especialmente a do Ver. João Carlos Nedel me
chamou a atenção, que está fazendo uma denominação de
um nome de rua lá na Chácara da Fumaça I, região Leste da Cidade.
E acho, também, que
nós devemos, ao nos preocupar com a denominação de nome de rua, fazer de forma
mais coletiva e plural possível, e penso que o Ver. Nedel faz dessa forma,
convidando a comunidade para discussão, fazendo abaixo-assinado, tendo todo o
cuidado nesse sentido, mas, sobretudo, nessa oitiva da comunidade, Ver.ª
Fernanda, quando for denominar uma rua, que possa também perceber os problemas
que essas comunidades enfrentam.
Falo isso, porque na
Chácara da Fumaça nós temos diversas demandas que não foram atendidas pelo
Orçamento Participativo, e tantas outras demandas que constam no Orçamento
Participativo como realizadas ou feitas; dou o exemplo da Rua Missioneiros e a
Rua Justino, que são antigas reivindicações de asfalto, Ver. Todeschini, e que
já constam como prontas dentro da SMOV, e que, efetivamente, a gente foi lá e a
rua não está pronta. Fomos lá, conversamos com as pessoas, e a rua não está
pronta.
Então, penso que
temos que ousar um pouco mais, quando pensamos em denominação de determinadas
ruas nos bairros da Cidade, de procurar ver, de fato, se as demandas, do ponto
de vista da Saúde, da Educação, do ponto de vista da FASC, da assistência
social, do DEP, do DMLU, do DMAE estão sendo atendidas naquela comunidade.
Temos ouvido muita
reclamação, especialmente dessas demandas que já foram conquistadas, inclusive
no Orçamento Participativo, e que não foram efetivadas na prática, e o serviço
da manutenção reiterada necessária nos preocupa e muito.
Então, eu queria
trazer a sugestão de que, quando nós nos preocuparmos em denominar ruas,
possamos também nos preocupar em encaminhar os pedidos de providências que
estão bastante atrasados em relação à manutenção dos serviços na Cidade,
especialmente DEP e SMOV.
Deixo este apelo a
todos os Vereadores para que possamos nos preocupar com essas questões também.
Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Com a presença
deste Vereador, dos Vereadores Kevin Krieger, Maria Celeste, Fernanda
Melchionna, Carlos Todeschini, Idenir Cecchim, Beto Moesch, João Bosco Vaz,
Tarciso Flecha Negra, Bernardino Vendruscolo, estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 16h31min.)
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